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Não subestime a inteligência.

 


O meu primeiro contato com a criação de conteúdo foi em uma agência de publicidade, participei do projeto de um produto contra os sintomas da menopausa. Eu era responsável por gerenciar e criar conteúdo para sete páginas de avatar utilizados na estratégia de marketing do produto.

 Essa demanda até que era fácil, tinha muito interesse pelo assunto, personas, enfim, não encontrava grandes dificuldades para realizar, até o dia em que solicitaram a criação de uma espécie de reportagem fake, claro que não foi dito exatamente dessa forma, eu deveria criar um advertorial.

Precisava criar um personagem e uma estória muito comovente que criasse vínculo emocional com as mulheres que estavam entrando na menopausa ou passando pelo "olho do furacão" dela.

 No início do trabalho eu estava achando divertido e a minha estória estava ficando ótima! Mas conforme o pessoal da agência solicitava dezenas de botões "compre aqui", "compre já", comecei a entender que estava induzindo milhares de mulheres que clicavam naqueles botões e me chamavam pelo WhatsApp business que na ocasião, estava sob a minha responsabilidade.

Me recordo de receber milhares de notificações de chamadas ao mesmo tempo, mulheres relatando dificuldades neste período de tanta dor emocional e incômodo físico enquanto eu criava e produzia conteúdos que estimulavam ainda mais suas dores em busca de solução.

Tudo bem que eu oferecia "solução" mesmo sem saber se o produto solucionava de verdade, mas não me sentia bem fazendo aquilo, estava subestimando a inteligência das pessoas.

 Dentro dessa estratégia o foco deles eram os anúncios pagos, o conteúdo orgânico que eu criava para as demais páginas era apenas para mantê-las vivas com engajamento, o trauma foi tão grande que dessa experiência surgiu a minha determinação em trabalhar apenas com a criação de conteúdo orgânico de forma estratégica, limpa, clara com conteúdo realmente relevante para solucionar de verdade qualquer dor.

Dessa experiência ficou a lição de não subestimar a inteligência da audiência.

 E você? Já comprou, já? (o pior é que a gente compra!)

 


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